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Soteropolitana e turismóloga. Escrevo sobre viagens da forma que considero justa, sem maquiagem, e acredito nas palavras que caracterizam o turismo como um "instrumento de paz, bem-estar e entendimento entre os povos".

domingo, 11 de abril de 2010

I Amsterdam


Amsterdã, cidade da liberdade, da juventude, das bicicletas, cidade do mundo todo. Na capital da Holanda, encontram-se os tipos mais excêntricos possíveis, motivados pela ousadia de um país que provou ao mundo que pode ser permissivo sem ser caótico.

Quem caminha pelo centro de Amsterdã, no período do verão, não consegue distinguir os holandeses dos estrangeiros. A cidade fica tão abarrotada de turistas, unidos aos imigrantes, que se torna um festival de culturas. A “caça” aos holandeses tampouco é facilitada pela língua, já que quase todos sabem falar Inglês e o fazem constantemente nessa época do ápice do turismo.

Em Amsterdã, o visitante entra em contato com pedacinhos de cada nação do mundo ao, por exemplo, entrar num táxi cujo motorista é asiático, almoçar num restaurante argentino (eles são abundantes na cidade) e curtir a noite num bar brasileiro. Para quem passa pouco tempo na cidade, torna-se difícil encontrar sua identidade cultural, o que é um ponto negativo - mas nem por isso Amsterdã deixa de ser encantadora.

Um bairro curioso de Amsterdã é o da Luz Vermelha. Seu nome é seu próprio retrato, pois, à noite, esta é a coloração da maior parte dos estabelecimentos do local. Na Luz Vermelha, encontram-se prostitutas que se expõem em vitrines – não tente fotografá-las, é proibido. É também neste bairro que está localizado o Museu Erótico, além de inúmeros sex shops com os mais variados artigos possíveis. Há ainda cinema erótico e, para espanto de quem não está acostumado, existem também casas de espetáculo que exibem shows de sexo explícito. Nada, porém, é mais surpreendente que a medida adotada pelas autoridades, em 2008, de liberar o sexo ao ar livre no Voldenpark (com algumas limitações).

O país é também polêmico pela legalização das drogas consideradas leves, tais como maconha e cogumelos alucinógenos. Os coffeeshops possuem nomes bastante sugestivos - como “Happy Feelings” e “The Best Extase” – e dispõem de cardápios exclusivos para a compra da “marijuana”.

Essa liberdade característica da Holanda, no entanto, nunca trouxe desordem e violência ao país. Ali reinam o respeito e a tolerância. Exemplo disto é o fato de o país ter sido o primeiro a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. 

Além disso, Amsterdã inspira muito mais que drogas e sexo. É uma cidade linda, florida, aconchegante e de arquitetura graciosa; uma capital com ares de cidade de interior, porém com o desenvolvimento de uma grande metrópole.

As bicicletas são tantas que assustam o pedestre, e suas pistas têm mais espaço que as calçadas. Uma boa opção para quem quer passear por Amsterdã é alugar uma bicicleta. Outro passeio imperdível é o city tour de barco pelos canais, passando por baixo das pequenas pontes e ao lado das belas casas-barco (com direito a parada no sinal vermelho do semáforo para as embarcações). Há ainda o city tour realizado em ônibus, mas que não se compara ao passeio de barco.

Para comer, não faltam opções: restaurantes de várias nacionalidades, bares, cafés e, principalmente, panquecas. Amsterdã é a cidade das panquecas! Doces ou salgadas, elas estão por toda a parte.

Um conselho aos turistas que vão a Amsterdã no verão: pesquisem sobre a cidade antes de ir e elaborem seu roteiro, pois os pequenos e desorganizados postos de informações turísticas apresentam filas enormes.

Além dos city tours, alguns lugares para se visitar são o Mercado das Flores, o Museu do Diamante (a indústria de lapidação de diamantes é muito forte na Holanda), o Van Gogh Museum, o Madame Tussauds (museu de cera existente também em Londres) e a casa de Anne Frank, a garota judia que permaneceu escondida, por dois anos, no escritório do pai, junto com a família, durante a Segunda Guerra Mundial. Seu diário é famoso no mundo inteiro e sua história, comovente.

Ao final de tudo, não tem para onde correr: seja você puritano, liberal, jovem ou da Melhor Idade, vai terminar por ceder aos encantos desta cidade tão linda e interessante. Ao sentar-se confortavelmente (ou “espremidamente”) na poltrona do avião, no retorno à sua terra de origem, vai perceber que, junto com os outros turistas, estará vestindo a típica camiseta em que está escrito “I Amsterdam”.